segunda-feira, 29 de abril de 2019

Cadastros de infraestruturas de água e a SCN2K

Tem sido metida alguma água no que diz respeito à componente levantamento dos cadastros de infraestruturas dos sistemas AA e AR.

A título de curiosidade, houve necessidade de proceder a concursos públicos para fiscalização. Por exemplo,

(mais um pouco e chegava a concurso público internacional!)

...e também houve advogados metidos ao barulho, por exemplo,

(não consegui encontrar na base.gov nenhum advogado mediático dedicado a esta temática da água)

Não sei se para fiscalização e para advocacia também houve financiamento comunitário, e sinceramente não estou minimamente interessado em saber, se bem que se quisesse saber, saberia! É só procurar.

Mas de um ponto de vista técnico, que é o que aqui nos interessa, parece ser um exercício interessante.

Olhando para o documento:

que é o que serviu de base à elaboração destes levantamentos, tendo havido até contratos dos quais do título constava: "segundo o modelo de dados ERSAR/POSEUR",

Algumas considerações:

[pag. 3] 
"(...) ser efetuada sobre cartografia de traço ou ortofotocartografia à escala 1:2000, com exatidão igual ou melhor à definida segundo as normas técnicas de produção e reprodução (Artigo 49.º) - Direção Geral do Território, 2013, ou equivalente"

Ou seja, há aqui uma referência à famosa SCN2K. Ja era tempo de enfiarem estas especificações no lixo. Fevereiro de 1996? É um bocadinho anterior à última revisão do RNID, de Janeiro de 2018.




Não sei se já alteraram isso mas as Especificações Técnicas para a SCN2K, estavam repletas de referências a Microstation, IGDS, dgn, ttn (formato de modelos TIN da Integraph, grd (formato de grelhas da Intergraph), e outras, sendo a mais prevalente a multi-codificação. 

Multi-codificação, basta pensar que ter uma rede viária altamente categorizada, e depois, não ter os sentidos das vias...pode dar acidente viário! Ou ter a toponímia das vias, e depois não ter numeros de porta...os bombeiros podem perder-se!

E por acaso a carta arqueológica que vi com melhor aspecto, foi feita sobre o MNT (nem era MNC) convertido para DXF sem cá nada de replicações ou topologias, importado directamente no CorelDraw, com os sítios arqueológicos levantados com um GPS eXplorist (circa 2008).
 
Enfim. Esta SCN2K serve quando muito para pano de fundo. Por isso, esqueçam lá a multi-codificação, até porque quem sabe o que isso é já concluiu há muito tempo que não serve para nada.
 
Mas cruzando esta informação com a Listagem  Nacional de toda a Cartografia Homologada, e considerando que a SCN2K é destinada a Aglomerados Urbanos, se eu estivesse do lado da empresa contratada para elaborar o cadastro de infraestruturas, certamente que exigiria primeiro a SCN2K, quanto mais não fosse, como manobra dilatória. E para a totalidade do território do município. Se faz favor. 

Como se pode ver, e sem passarmos do Ponto 1 referente à Base Cartográfica dos Termos de Referência, encontramos logo aqui várias ambiguidades. 

Outras mais poderíamos encontrar.

Não é por acaso que a ligação referente a contencioso referida mais acima seja pré-contratual, ou seja, "litígio sobre a conformidade legal do disposto nas peças e nos documentos que disciplinam o procedimento administrativo de formação de contratos da Administração Pública". Ora toma!

Nota: na génese deste post, está o facto de ter constatado recentemente que foi feita uma alteração aos Termos de Referência, o que poderá eventualmente estar relacionado com a água que tem sido metida nestes levantamentos. 

Foram retiradas as alíneas que referiam que desde que a localização dos clientes não fosse colocada em causa, a exatidão posicional poderia ser relaxada.

quinta-feira, 18 de abril de 2019

GeoViewer para Android - ainda uma excelente app ... da Lizardtech

A Lizardtech (a empresa do MrSID) que recentemente se juntou à Extensis, disponibiliza já desde 2013, uma excelente app na GooglePlay  store (10.000+ downloads).




Apesar de ter sido actualizada em 2017 (basicamente passou a ter a biblioteca .so também em 64 bits) continua a utilizar o estilo Holo, mas como faz tudo o que promete, o design torna-se secundário.



Para além de permitir visualizar MrSID e JPEG2000, traz de bónus o suporte a Shapefile e KML, e é muito provavelmente, das apps que tenho testado, a que aguenta ficheiros (shp e kml) mais pesados.

E realmente, na pasta assets temos a indicação que dentro daquele libRasterSDK.so, estará a GDAL/OGR compilada. Sem precisar de ir inspecionar o ficheiro.



Para o nível de performance conseguido, só poderia ser GDAL/OGR, ou Shapelib directamente.



Mercado europeu de SIG: 2017 - 2023

É expectável que o mercado de Sistemas de Informação Geográfica na Europa cresça 11,8% /ano (CAGR) segundo o relatório:

(Analysis by End User, Type, Application, Vertical and Country)

Um dos principais pontos referidos é a previsão da redução de custo dos sistemas, derivado dos "avanços tecnológicos". Quer dizer que utilização de soluções de código aberto, não tem nada a ver com o assunto?!

Ainda não vamos sequer a meio do período 2017-2023, e uma tendência que tem sido verificada, e que já vinha de trás, e que não é referida no relatório, é a tendência de N empresas da área de SIG terem vindo a aumentar o número de clientes, tendo o respectivo volume de negócios vindo a baixar, sendo a incidência predominante em empresas que utilizam soluções assentes em software proprietário... em relação a empresas que utilizam predominantemente software de código aberto.

Será interessante verificar se essa tendência se continuará a verificar até 2023.










As geo-apps da Intergraph(?) na PlayStore


Em termos de apps mais geo, a Intergraph tem na PlayStore, desde 2016, a app Geospatial Portal. Também lá está o Mobile MapWorks (juntamente com o MapWorks Essentials, e Advantage, seguindo aparentemente a nomenclatura do Geomedia).

Ainda não mudaram o nome na PlayStore para Hexagon. Poderiam tê-lo feito. Na App Store da Apple também ainda não mudaram. Realmente, se calhar, se actualmente, pessoas familiarizadas com a marca Intergraph já são poucas, então, Hexagon, muito menos.

Não sei se o pessoal mais ligado à produção cartográfica ainda utiliza o OrthoPro , ou a ImageStation (sempre associei o Geomedia mais à aquisição de dados).  E sinceramente, já não tenho paciência para ir confirmar, por exemplo, nos Boletins anuais do ex-IGEoE.

Talvez a aquisição da Luciad pela Hexagon, em 2017, tenha modificado a situação (estou a pensar na adopção do Geopackage como default data warehouse). Afinal de contas, a Luciad sempre  foi uma das implementações de referência do Geopackage, tendo já desde 2014, ano da publicação do standard, a biblioteca libgpkg disponível no BitBucket. 

...biblioteca que pode ser utilizada pelo OpenJump, também. Desde 2014. O Open em OpenJump é uma referência a... Open Source!! Para não falar do suporte a Geopackage introduzido na GDAL/OGR 1.11, e consequentemente também no QGIS , em ambos os caso em 2014. 

Por outro lado, a possibilidade de ligar o Geomedia ao PostGIS disponibilizada em 2014 através de repositório no CodePlex, pareceu mais uma atitude desesperada de lançar umas migalhas ao open source. Aqui, basta referir apenas que o QGIS foi desenvolvido originalmente como um cliente para PostGIS, e que o OpenJump teve no seu desenvolvimento original não só um do pioneiros do PostGIS, como também o criador da Java Topology Suite(JTS).

Não que os "parceiros" estejam minimamente preocupados com isso, até porque continuam até hoje a vender Geomedia acompanhado de licenças Oracle ASFU, as quais têm de ser renovadas anualmente. 

"There's a sucker born every minute"!
   
Mas voltemos ao mobile,



"Skip and go to demo", e assim vamos para a demo.


Apesar de já publicada há 3 anos (2016), continua na banda dos 100+ downloads (o mesmo para o MapWorks Essentials e Advantage). Numa empresa com milhares (4000?) de funcionários, fica um pouco a ideia que não acreditam muito nos produtos que andam a vender, ou que nem sequer se deram ao trabalho de descarregar a app.




Tratar-se de uma app híbrida que utiliza Openlayers e Cordova também não ajuda nada. Isso nota-se logo pelo tempo de arranque inicial, e também ao carregar o projecto demo. E é uma versão  de debug do OL!



Tem o hardwareAccelerated="true" no AndroidManifest.xml. Não sei se o Cordova anda a definir isto por defeito, mas com a excepção de jogos ou outras aplicações mais intensivas, a aceleração de hardware deve ficar ao critério do utilizador.




As apps MapWorks Essentials e Advantage também têm demo, praticamente o mesmo em termos de performance e de APK Analyzer.

Confirmado pelas licenças de terceiros:
















 




quarta-feira, 17 de abril de 2019

Whistleblowers across the European Union have won greater protection under landmark legislation aimed at encouraging reports of wrongdoing.

https://www.bbc.com/news/world-europe-47936682

Mata Atlântica: diferenças entre SIRGAS2000 e SAD69 (parâmetros de transformação)

Experimente clicar no mapa e irão aparecer 3 janelas: SIRGAS2000, SAD69 com transformação de WGS84 (Doppler), e SAD69  com transformação de  WGS 84 (G1150).




Pode voltar a clicar!

São as diferenças encontradas transformando de SIRGAS (considerando igual ao WGS84) para SAD69 com os seguintes parâmetros de transformação, mas com os sinais de +towgs84 opostos:
  
'EPSG:4618': "+title=SAD69 RP2005 +proj=longlat +ellps=aust_SA +towgs84=-67.35,3.88,-38.22 +units=degrees +no_defs"

 'EPSG:4291': "+title=SAD69 RP1989 +proj=longlat +ellps=aust_SA +towgs84=-66.87,4.37,-38.52 +units=degrees +no_defs"



Com os parâmetros de transformação sem modificar os sinais de +towgs84:



sábado, 13 de abril de 2019

Google Earth: uma pérola da jurisprudência nacional


"5. Visualizando o prédio no site “Google Earth” ou similar, a parte do tecto da fracção destinada a parqueamento e arrecadações, (na qual foi aplicado o tapete de relva), parece tratar-se de um jardim, o que poderia ter sido verificado se a comissão de avaliação se tivesse deslocado ao local."
 



Pelos vistos, alguém confundiu um tecto com um jardim, no site “Google Earth” ou similar!

Mapas, Finanças, Vendas, iFrame: afinal era fácil

Mas não é mobile . Não dá para fazer uma App. E demora um pouco a carregar.



Letra A com mais de 10 sessões iniciadas

- Letra A- Entidades Públicas com mais de 10 sessões iniciadas no geomatica.no.sapo.pt seguido de alguns outliers . Informação extraída do Google Analytics - Network - Service Provider 

acss - administracao central do sistema de saude i.p.  --» 40 sessões

administracao da regiao hidrografica do alentejo

administracao do porto de setubal e sesimbra
 
adene agencia para a energia
 
adm. municipios regiao setubal

adg-aguas de gondomar s.a.

adp servicios ambientais

adp servicos sa

adra aguas da regiao de aveiro

adral        ---»»    140 sessões

aguas da figueira sa

aguas da regiao de aveiro

aguas de portugal servicos ambientais lda 

aguas do algarve
  
aguas do ave sa  --» 40 sessões

aguas do douro e paiva sa

aguas do oeste sa

aguas publicas do alentejo

aguas sado concessionaria sistemas abastecimento agua saneamento  

agencia europeia de seguranca maritima

agencia para o investimento e comercio externo de portugal 

algar valorizacao e tratamentos de residuos s.a
  
ama agencia para a modernizacao administrativa ip

amlei - area metropolitana de leiria

amarsul valorizacao e tratamento de residuos solidos s.a.
  
amo - oeste digital 

ana - aeroportos de portugal s.a.  --»  38  sessões

apa - agencia portuguesa do ambiente  --»»  285  sessões    <--- br="">

aps administracao dos portos de sines e do algarve sa

apvc s.a. - administra o do porto de viana do castelo s.a.

associacao de municipios do vale do sousa
  
 associacao municipios leziria e tejo
 
associacao portalegre distrito digital
  


associacao porto digital  --»  36 sessões

auto-estradas de portugal  --»  76 sessões e 49 visitantes únicos

autoridade nacional de comunica es (anacom)  

ave digital  --» 38 sessões


asae - aut. de seguranca alimentar e economicaOlhando para a última, será que devo chamar a ASAE?!  Têm poucas sessões
  











 











 

sexta-feira, 12 de abril de 2019

[Hayford-Gauss Militar, coordenadas militares, cartas militares]

Exercício: procurar no Diário da República as ocorrências, no último ano, para cada entrada do array [] do título. Depois, vão andando para trás: últimos 5 anos,  últimos 10 anos, últimos 15 anos ...ou então façam no Google. É muito, não é?

Pois. Basta pensar na quantidade de legislação produzida nos últimos 30-40 anos, que refere qualquer  uma dessas entradas do array do título, muita dessa legislação ainda em vigor, para perceber que as componentes do array estão aí para ficar. O bom e velhinho Hayford-Gauss Datum Lisboa (coordenadas militares)... quero lá saber do código EPSG!

Alguns exemplos: coordenadas das Cadernetas Prediais? coordenadas de estudos de impacto ambiental que ainda andam por aí? Localização de pombais? A sério: A Federação Portuguesa de Columbofilia. Localização de lixeiras seladas? Cartografia temática elaborada sobre as antigas cartas militares? Seja um Parque Natural, ou a RAN, ou a REN? Regulamentos municipais que ainda mencionam coordenadas militares?

Eu tenho uma certa prova empírica disso, por que mantive durante uns 8 anos uma página dedicada ao assunto, que atingiu um tráfego considerável (onde estava alojada era sistematicamente a primeira ou segunda classificada, no top que faziam no Homepages), e através do Analytics, ainda mantenho uma base de dados gigante de proveniência de tráfego. Chegou mesmo a ultrapassar este blog, sem bem que entretanto já tenha recuperado. Também utilizava aquilo como uma mini-CDN, antes do RawGIT, que por acaso também vai fechar.

Por exemplo. Os tipos da APAmbiente passavam lá horas por dia. Imagino todos aqueles licenciamentos ambientais cujas minutas referem coordenadas millitares. 

Os da FCCN também. EDP também. Secretaria-Geral do MAI também exagerava um pouco. Enfim, tudo gente pobre que não tem dinheiro para software!

Depois, muito tráfego proveniente de universidades. Teses de mestrado que tiveram a amabilidade de referenciar a página. O professor Luis Nunes da UAlg que referenciou na sua página de Degradação e Conservação do Solo.

Alguns dos títulos onde a página foi referenciada:

"DESENVOLVIMENTO DE UM MODELO HEDÓNICO DE AVALIAÇÃO DE IMÓVEIS HABITACIONAIS PARA O CONCELHO DE CASCAIS"

"RECIFE ARTIFICIAL PARA A PRÁTICA DE SURF Análise das condições de surfabilidade"

"Proposta de plano de lavra para exploração de rocha ornamental. Caso de estudo: Arronches"   

"FORMULÁRIO DE LICENCIAMENTO PARA AS INSTALAÇÕES PCIP"

"ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DA TMG AUTOMOTIVE"

Grupo Geotrilho do Facebook 

forumdacasa.com

Servidor de mail da antiga Câmara dos Solicitadores (por acaso tenho post para fazer sobre o GeoPredial).  



 Para quem quiser matar saudades:

geomatica.no.sapo.pt revisitado



quinta-feira, 11 de abril de 2019

Portal de Bens Penhorados: tem mapas

Não sei se conhecem o Portal de Bens Penhorados das Finanças. Tem Mapas.

Antes de 2012/13 (aquando da "grande reavaliação" dos prédios urbanos, outro post) encontravam-se por lá grandes promoções! 

...vejo que continua a correr sobre AGS ... como se isso (ainda) fosse necessário para lançar POIs sobre o mapa. Em tiles transparentes, ainda por cima?


Está seguro, felizmente,


Mas uma vez que contiuam a utilizar mapas de base do Bing Maps, podiam ficar-se por aí e utilizavam  Bing Spatial Data Services., com um bonito Toolkit no Github, ou não. O BSDS integra directamente com o Bing Maps. Azure Maps  seria pedir demais, até porque no Portal só vejo .jsp por todo o lado . Java Server Pages. Accenture?

Estamos em 2019. E mesmo que não estivéssemos, as extensões espaciais ao SQL Server 2008 (o primeiro SQL Server com suporte espacial) já são de... 2008! No 2005 tinha que ser com o MsSqlSpatial que está agora arquivado no CodePlex. 

Para Bing Maps, o geography type do SQL Server seria mesmo o mais adequado. Ficava a componente spatial toda na Microsoft. Tudo em família!

Depois, o que não falta por aí são servlets para ir buscar POIs à base de dados, qualquer um deles com menos de 100 linhas de código. Coisa para menos de 10 horas/1 homem.




O mesmo KML: um pequeno desvio pelo Mapbox




quarta-feira, 10 de abril de 2019

KML ao limite

Como as Fusion Tables vão deixar de funcionar em Dez. 2019, é uma boa oportunidade para começar a utilizar mais vezes Vector Tiles no Google Maps.

Mas primeiro vamos fazer umas experiências com kml para ver até onde é que isto aguenta. Normalmente utilizo geoxml3, e o kml-split da Mapbox. Mas neste caso não vou utilizar o kml-split.

Então temos a nossa Fusion Table que estamos a consumir numa FusionTablesLayer . Reparem que estão uns polígonos realçados a Sul, e que se fizerem zoom in aparecem outros a Norte. É neste tipo de queries dinâmicas que Fusion Tables dava jeito, não só, mas também, para definição de estilos.





Na Fusion Table é possível descarregar um ficheiro e vamos obter um kml de 16 MB. No exemplo anterior não era possível clicar num polígono e obter todos os atributos associados a cada condado. No exemplo seguinte, com kml, é, mas vai demorar mais a carregar. E as queries dinâmicas estão lá na mesma:

      








Podem dar uma vista de olhos no código-fonte através da Page Source do vosso navegador. O código não está minificado.


 

MyGalileoApp

Não sei se ouviram falar do MyGalileoApp, um desafio que terminou a semana passada relacionado com o desenvolvimento de Apps  para posicionamento de elevada precisão utilizando o sistema de satélites Galileo.

Foi uma experiência interessante para quem acompanhou no Slack

segunda-feira, 8 de abril de 2019

GISWATER - Mais barato que uma fotocopiadora

Não sei se estão a par dos projectos que têm sido realizados, relacionados com o fornecimento de software (Web)SIG para sistemas de abastecimento/drenagem de água em baixa.

Basicamente, houve financiamento limitado a 30k (despesas com IVA não elegíveis), comparticipados a 85%. A maioria das adjudicações que vi andavam ali à volta dos 21-26k, o que quer dizer que quem se meteu nisto gastou menos do que com uma fotocopiadora!

Se procurarem bem encontram na internet muitos Cadernos de Encargos e respectivas propostas aceites. 

Por exemplo, estou agora a olhar para um CE que diz assim:

"Aquisição de licenciamento de ArcGIS Desktop, ou equivalente, ArcGIS Server ou equivalente e
InfraSIG ou equivalente, assim como uma Subscrição de ArcGIS Online para organizações, ou
equivalente e serviços de apoio ao arranque. A proposta deverá apresentar as últimas versões das
aplicações ArcGis e InfraSIG 10.2, ou equivalente. Aquisição de serviços de implementação da solução SIG e serviços de apoio ao arranque."

Reparem no pormenor do "ou equivalente".  Por menos de 30k, e a incluir AGS, tinha mesmo que ser  "ou equivalente"!!

Depois, é sempre a mesma coisa: "integração com outros sistemas, nomeadamente de faturação, o modelo EPANET e a plataforma AWARE."

E realmente a proposta aceite foi a "ou equivalente".

Olhando para a proposta, basicamente isto anda tudo à volta de um plugin do QGIS, mas não há qualquer referência ao GISWATER, nem ao respectivo plugin, que é a solução que normalmente é utilizada nestes casos. Pelo menos, na maioria das propostas que utilizaram soluções assentes em QGIS.

Por outro lado, a empresa que ganhou isto tem repositório no GitHub mas não vi lá nenhum plugin relacionado com água, e como esta proposta já é de 2016.

Nestes casos só perguntando à autarquia se recebeu o código fonte segundo a licença GPL do QGIS, mas como provavelmente nem sabem o que isso é, ... nada a assinalar.

Sim. Também acho que sim,

EDIT:  MUNICÍPIO DE VILA VELHA DE RÓDÃO adjudicado à Municípia,

pdf - Caderno de Encargos e Proposta      http://www.base.gov.pt/base2/rest/documentos/230008





inurl:lizmap site:pt

Para quem precisa de um WebSIG a funcionar antes que anoiteça o Lizmap é sem dúvida uma alternativa. 


E é compatível com Mobile. Podemos colocar o link numa WebView e temos uma App!

E é  php/html/css/js.

E a licença é  MPL 2.0/GPL 2.0/LGPL 2.1. Aqui já não gosto muito. Tenho que andar a ver o que é GPL e o que não é. Licenças virais não são muito a minha praia.

E é OpenLayers 2.xx.  

E é bom para quem quer desanuviar do python e do Heron Mapping Client, o antigo geoext-viewer . Primeiras mensagens no Groups são de 2009.

Ainda andam por aí WebSIGs desse tempo? Havia pelo menos duas empresas da Linha que só vendiam disso. Só mudava o logótipo.
 




domingo, 7 de abril de 2019

MapFit - a montanha pariu um rato?

Em 2018, uma das grandes sensações em termos de startups da área de mapping foi sem dúvida a Mapfit, de NY, quando levantou  5,5 milhões de $$$ em investimento,...

...tendo o anúncio coincidido precisamente, com a mudança de "tarifários" do Google Maps, ou seja, quando andava toda a gente muito assustada com o suposto aumento de preços, e a Mapfit apresentava-se como  a alternativa viável, com SDKs a condizer (reparem que os repositórios não são actualizados desde o Verão do ano passado, já explico).

Então, não é que o Matt Smollinger da  Mapzen & Nextzen,  que tinha passado pela Mapquest, e que agora anda pelos lados do SnapChat, abriu uma issue no repositório do iOS-sdk da Mapfit, por estes andarem a copiar código sem terem feito a atribuição segundo a licença Apache 2.0. Lindo!


 Uns tempos depois surgiu a noticía de que a Mapfit ia deixar de parte o desenvolvimento dos seus  -sdk , e concentrar os seus esforços no desenvolvimento dos "algoritmos" da sua plataforma. Pois! 

Acho que alguém vai ficar a arder com aqueles milhões!







A empresa sueca da gestão de ocorrências

Como alguns de vocês sabem, no âmbito do Portugal2020, houve bastante financiamento para projectos de gestão de ocorrências de disponibilização ao público
.
Ou seja, o cidadão vai a uma App Store, descarrega a APP de uma determinada autarquia,  tem um mapa onde insere uma ocorrência, por exemplo um buraco na estrada, ou um banco de jardim danificado, e a autarquia vai logo resolver a situação.

Reparem que isto basicamente é um mapa ligado a uma base de dados de POIs. Nem é sequer necessário utilizar extensões espaciais,...muito menos conectividade arco-ponto!! . Vide por exemplo os tutoriais de desenvolvimento do Google Maps, que sempre utilizaram MySQL sem extensões espaciais. Estou-me a lembrar do Store Locator.

Mencionei o Google Maps porque de facto é o que foi utilizado por todas as Apps que vi, e já vi bastantes, incluindo as poucas das quais participei do desenvolvimento (felizmente não fui pago à unidade!).

E mencionei ainda por outro motivo. Estes projectos ocorreram na sua maioria antes de Julho de 2018, altura em que a Google alterou o "tarifário". Logo, quem desenvolveu aplicações híbridas (aplicações em HTML+JavaScript, embebidas numa WebView, multi-plataforma, normalmente desenvolvidas com Cordova, Phonegap, Ionic, ou uma tecnologia dessas), se não tiver transferido o custo de licenciamento do Maps para o cliente (a autarquia), apanhou um susto.

Ou não. Tendo em conta que passados em alguns casos 3 anos, ter menos de 20 downloads numa APP Store, não é caso para grandes alarmes (reparem no total conflito de interesses entre a empresa para quem, quanto menos melhor, e a autarquia, para quem, quantos mais downloads melhor, mais prestígio, mais votos!).

Quem utilizou React-Native-Maps, que depende directamente do Maps SDK for Android e do Maps SDK for IOS, não tem que se preocupar porque estes SDKs não têm limites relativamente ao número de map views, ... por enquanto!

...Houve até startups a meterem-se nisto, utilizando o chavão das Smart Cities... se bem que não estou a ver empresas que se rotulam de startups, a terem como modelo de negócio... vender à administração local. É preciso que o negócio seja escalável!!

Mas o caso mais interessante foi mesmo o da empresa sueca, que segundo as minhas contas, foi a que assinou mais contratos em todo o País... apesar do sueco que assinou os contratos ter dado como residência, Avenida da Liberdade nº 234-4 em Lisboa - é o Luxury Suites, um hotel boutique!!! Veni vidi vici !!!

sábado, 6 de abril de 2019

FileGDB no Android? Só com OGR (Parte I)

Para quem está familiarizado com os ArcGIS Runtime para Android, tanto 10.2.x (o 2 foi renomeado 10.2x, lembram-se?) como 100.x, está a par da quantidade de formatos que foram sendo introduzidos.

Não vou enumerar tudo senão nunca mais saia daqui. Ficam de fora os formatos que não estão directamente ligados à evolução dos Runtime, seja os Raster, ou os AGS services, formato neste último caso em sentido lato.
.
A 10.2.x introduziu pelo menos os seguintes formatos:

- .geodatabase - a chamada runtime geodatabase. Não confundir com a FileGDB (File GeoDataBase). A .geodatabase é SQLite puro;
- Tile packages (.tpk) - É uma cache de tiles. Em vez de estarem numa pasta, estão num ficheiro SQLite;
- Map packages (.mpk) - contém um documento .mxd e todos os dados que lhe estão associados. Tudo num só ficheiro;

- Geoprocessing packages (.gpk) - para fluxos offline de geo-processamento, nunca utilizei;

- Locator packages (.gcpk) - para fluxos offline de localização, também nunca utilizei.

Existem vários utilitários open-source para manipular alguns destes formatos, por exemplo tpkutils

A 100.x introduziu pelo menos o seguinte, e retirou alguns dos anteriores:

-  Mobile Map Package (.mmpk).

Havia algumas restrições, umas foram levantadas, outras não, outras ainda, foram introduzidas. Por exemplo uma .geodatabase vinda do Desktop não podia ser editada, tinha que ser descarregada do Portal. Posteriormente, já podia. O .mmpk é para ser gerado no Pro. And so on...para ficarmos trancados à plataforma, seja Pro, AGS, Portal, AGOL. Por exemplo, as .geodabase actualmente, são para fazer sincronização com um serviço.

De qualquer forma, a 10.2.x era muito menos restritiva, Estavam a lançar o produto. 

E a shapefile?

Um dos denominadores comuns é que o suporte offline a shapefile começa sempre por ser inexistente. Depois, por pressão da comunidade (clientes?), o suporte lá aparece. Aconteceu na 10.2.4 e na 100.2 . Claro está, sempre acompanhado do suporte a GeoPackage e KML...porque os standards do OGC são bonitos e recomendam-se. Acrescenta-se WMS, WMTS (na 100.x), e até uma Layer OpenStreetMap, e está composto o ramalhete. Na 10.2.x também havia suporte​ a MBtiles, mas acabaram com isso.

E a FileGDB (File Geodatabase)?

Só existe num componente opcional do Runtime chamado Local Server que só está disponível para .NET (Desktop), Java e Qt. Para Android, não.

Por outro lado a biblioteca OGR tem suporte de leitura e escrita a FileGDB, já desde a versão 1.9. (2011?). Infelizmente, o FileGDB API SDK  não é disponibilizado em binários arm/Linux, a arquitectura do kernel do Android que nos interessa.

Mas entretanto surgiu outro driver que não depende do SDK referido. Trata-se do OpenFileGDB
disponível desde a versão 1.11 da OGR, e permite leitura. Serve perfeitamente!

Agora só falta encontrarmos uma versão da OGR igual ou superior à 1.11 compilada para arm/Linux... com os respectivos bindings em Java, claro está.

Olha, encontrei uma:

https://github.com/nutiteq/advancedlayers/tree/master/libs/armeabi

E as respectivas bindings em Java:

https://github.com/nutiteq/advancedlayers/tree/master/src/main/java/org

Mentira. Já tinha encontrado em 2013!


Na segunda parte vou explicar o que é que se pode fazer com isto.


Continua...

E quando a Autodesk acabou com as licenças perpétuas, e subscrições só online?

foi em 2016 que os "parceiros" da Autodesk levaram uma grande banhada. Aquilo que se convencionou chamar de "o representante local".

Desde 2016 que qualquer pessoa pode ir à loja virtual da Autodesk e comprar licenças por atacado (vão buscar o IVA). Licenças a prazo, normalmente válidas por um ano, que podem ir até 3 anos, mas licenças perpétuas, essas acabaram. Só se forem reinstalar o Windows 7 e meterem lá o Autocad 2014 ou anterior.

Ora, segundo as regras de Contratação Pública, para este tipo de valores, tem que haver contrato reduzido a escrito, e em alguns casos, consulta prévia, até.

Ou reformulado noutro domínio, uma autarquia não pode ir à Amazon comprar 20.000€ em Hardware e pagar do fundo de caixa, ou melhor, com o cartão de crédito do presidente!

É por isso que apareceram empresas a vender licenças a Entidades Públicas, que não são os tais "parceiros" da Autodesk a que estávamos acostumados.  Os tais que também vendiam produtos que corriam sobre AutoCAD: Emissão de Plantas de Localização, Gestão Patrimonial, Gestão de Infraestruturas, etc..

Um bom exemplo é a Corte Inglês, que vai a todas, e bem, para eles.

Na ligação também podem ver várias referências a aquisições de créditos de utilização do Google Maps, pela mesmas razões....A Worten apanhou o filme a meio, mas acho que já abriu a pestana
.
Então e se os outros players aí da arena GIS internacional decidirem fazer o mesmo? A Adobe também fez o mesmo.  Seria uma chatice!


sexta-feira, 5 de abril de 2019

GeoServer no AppEngine? Ainda não.

Desde que foi lançado o runtime em Java do AppEngine, que tem havido curiosidade em averiguar as possibilidades desse runtime no que diz respeito à componente spatial, geolocation, gis,..whatever!

O começo foi promissor com várias casos de estudo utilizando a Java Topology Suite (biblioteca de referência, com suporte a todos os tipos de geometrias definidos na especificação OGC Simple Features for SQL), como por exemplo, Java Topology Suite + Google App Engine + Restlet (test) (ainda em 2009) ou App Engine + Java Topology Suite (já em 2010).

Havia também um post do
Java Map Projection Library, mas com as classes AWT removidas e subsituídas por outras compatíveis, por exemplo, sempre que era utilizado Point2D, ou Rectangle2D. Semelhante ao que fazemos em Android, também por ausência de supporte a

Java ESRI Shape File Reader.





Amazon Elastic Compute Cloud.